Cemitério da Saudade
Franca (São Paulo – SP)
Franca (São Paulo – SP)
O Cemitério da Saudade, fundado em 1855, na cidade de Franca, foi o primeiro cemitério construído após a proibição de enterramentos nas igrejas na cidade de Franca. Nesta época, a população preocupava-se em construir um cemitério que devia estar distante do local de povoamento. Com a expansão da cidade, o referido cemitério encontra-se atualmente localizado bem no centro da cidade com dificuldades de acesso devido ao congestionamento das ruas estreitas que ocupam o seu entorno. Em meados do século XVIII, os enterramentos nesta região eram feitos nas beiras das estradas, onde cruzes indicavam o local do sepultamento das pessoas. Já no inicio do século XIX, eles passaram a ser realizados em cemitérios de sítios, como os cemitérios dos sítios de Laje e da Posse ou nas igrejas do “Arraial do Capim Mimoso”, hoje cidade de Franca.
O Cemitério da Saudade foi construído no Jardim Consolação, próximo ao Asilo São Francisco, na Rua Frederico Ozanan, em frente a Praça Carlos Pacheco, que foi criada pelo prefeito Onofre Gosuen no final da década de 1950. O referido bairro ocupa uma área de 330.859 m², limitado entre as ruas Poraná, Antonio Barbosa Filho e avenida Ismael Alonso y Alonso, rodeado por residências, fábricas, estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços. Em torno desta mentalidade urbana moderna, o cemitério agrupa a memória da sociedade francana, imbuída de afetividade, de histórias vividas e apreendidas.
Dentre os personagens importantes da cidade de Franca sepultados no Cemitério da Saudade estão: Higino de Oliveira Caleiro, importante comerciante que também exerceu o cargo de vereador e presidente da Câmara Municipal, em 1937; Bonaventura Cariolato, pintor italiano que migrou para o Brasil durante a Primeira Guerra Mundial e retratou várias paisagens da região; Antonio Pereira Lima, vinculado à política, foi líder da extinta UDN e um dos fundadores da Liga Nacionalista e da extinta Guarda Civil. Um dos lideres da Revolução Constitucionalista de 1932; José Luiz dos Santos Pereira, jornalista, fundou e dirigiu a Tribuna de Franca; Barão de Franca, primeiro produtor de café da região, foi vereador e presidente da Câmara Municipal, falecido em 1891; Júlio Cardoso, advogado e jornalista, foi responsável pela criação da Escola Industrial como resultado do seu comprometimento com o ensino e educação da cidade, falecido em 1920; Helio Palermo, prefeito de Franca, fez projetos de capacitação de águas, executou projetos urbanísticos como o alargamento de ruas e reforma de praças, falecido em 1990; Maria Conceição de Barros, que no túmulo contém placas de agradecimento por graças recebidas, assassinada, segundo relatos, pelo pai do namorado em função de uma gravidez.
O Cemitério da Saudade segue o modelo de planta padrão composta por quadras alinhadas umas após as outras dentro de um espaço retangular cuja entrada está voltada para a Praça Sabino Loureiro. Uma das características particulares deste cemitério foi reservar as primeiras quadras, do lado esquerdo, apenas para túmulos de crianças. É essencial penetrar no espaço físico e na alma do cemitério que deu um valor especial para as crianças falecidas no inicio do século XX, em Franca.
O Cemitério é uma instituirção cultural da sociedade ocidental. A preservação do seu patrimônio é uma das formas de legitimá-lo, assim como as atividades artísticas e culturais realizadas in loco.
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