Cemitério da Saudade
Campinas (SP)
Campinas (SP)
A origem do povoamento de Campinas está ligada à abertura dos caminhos para o sertão de Goiás e Mato Grosso, feita pelos paulistas. Uma dessas trilhas, aberta entre 1721 e 1730, chamou-se “Caminho dos Goiases”. Logo instalou-se um pouso para descanso dos tropeiros que utilizavam esse caminho entre as vilas de Jundiaí e Mogi-Mirim. Esse pouso ficou conhecido pelo nome de “Campinas do Mato Grosso” em razão da formação de três pequenos descampados em meio à densa mata.
A fundação oficial de Campinas ocorreu efetivamente em 1774, quando o Capitão Geral Dom Antônio Luiz de Souza Botelho Mourão, governador da Capitania de São Paulo, assinou vários atos, dentre eles a efetivação do Distrito de Conceição de Campinas.
Cemitério da Saudade foi fundado em 10 de outubro de 1880. Este complexo funerário possui cinco cemitérios anexos: Cemitérios Curas D’ars (para vítimas de febre amarela), Cemitério São Miguel e Almas (para os negros católicos), Cemitério Terceira Ordem do Carmo, Cemitério Santíssimo Sacramento (destinados a brancos católicos) e Cemitério São José. Podemos considera-lo como um “museu a céu aberto”.
Hoje, Campinas é uma das cidades que mais cresce no interior do Estado de São Paulo. Tem cerca de um milhão de habitantes e uma renda percapta de US 5.800 dolares, segundo estimativa da Secretaria Municipal de Planejamento (//www.campinas.sp.gov.br).
O Cemitério da Saudade é um cemitério público, municipalizado, que segue o modelo do tipo cemitério secularizado estruturado com quadras e sub-quadras que dão acesso à avenidas, ruas e travessas. Está localizado no bairro Swift. Anteriormente esta era a saída para a cidade de Valinhos. Atualmente encontra-se num estado de superlotação da área: 32.000 sepulturas em 181.500 m ², com aproximadamente 318.000 sepultados.
No cemitério estão sepultadas as principais personalidades da historia da cidade de Campinas. Dentre as famílias, destacamos: os jazigos de Eleonor Penteado, de Francisco Glicério, de João Francisco de Andrade Franco, de Barão Geraldo de Rezende e de Hercules Florence (pioneiro da fotografia no Brasil); as capelas de Bento Quirino e do Barão de Atybaia.
Investiga-se a possibilidade da planta e do edifício da administração do Cemitério da Saudade ter sido construído em 1899, no escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, em São Paulo. Sabe-se da importância artística e histórica de seus mausoléus, capelas e túmulos, datados do século XIX e início do século XX. Muitos foram importados da Itália, como os construídos pelos marmoristas/escultores Giuseppe Tomagnini e Filho. Há aqueles construídos por marmoristas instalados na cidade, como os da família Velez, dos Irmãos Coluccini e de Fernando Martinelli e Irmãos. Existem belos exemplos de túmulos que estão vinculados aos estilos neoclássico, art nouveau, art decó e modernista. A riqueza advinda com o ciclo do café foi a mola propulsora desses monumentos, que simbolizam e refletem o gosto da burguesia cafeeira.
O Cemitério é uma instituirção cultural da sociedade ocidental. A preservação do seu patrimônio é uma das formas de legitimá-lo, assim como as atividades artísticas e culturais realizadas in loco.
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