Cemitério da Consolação
São Paulo (São Paulo – SP)
São Paulo (São Paulo – SP)
A cidade de São Paulo é a maior do país, uma metrópole com uma área de 1525 km² e mais de 10 milhões de habitantes. O quadro da cidade de São Paulo mudou muito desde quando era um pequeno amontoado de casas feitas de taipa de pilão, de onde partiam bandeirantes rumo a Minas Gerais em busca de ouro e onde os jesuítas fundaram o Real Collegio. São Paulo surgiu através de uma missão jesuíta em janeiro de 1554, passou por uma fase de empobrecimento e esvaziamento devido à corrida do ouro em Minas Gerais, mas recebe novamente fluxo populacional com o esgotamento das jazidas mineiras. Foi elevada a cidade em 11 de junho de 1771.
Ela passou pelo ciclo do açúcar, a implantação das primeiras fábricas, o período imperial, em que a vinda da família real para o Rio de Janeiro abriu os portos de São Paulo às nações amigas e pelo ciclo do café. A partir de 1880, São Paulo passou a abrigar uma importante posição de crescimento econômico através da exportação do café, da industrialização e do comércio. A cidade é um rico centro cultural, bastante diversificado, com comunidades de italianos, japoneses, espanhóis, libaneses, judeus, dentre outros, que contribuíram significativamente para o seu crescimento e sua expansão. O primeiro cemitério do qual temos notícia foi na Igreja do Colégio dos Jesuítas. Até praticamente finais do século XVIII, os não católicos, judeus, escravos e condenados eram enterrados em campos a céu aberto. Devido às epidemias de doenças como a varíola e a lei que proibia o enterro dentro das igrejas, tornou-se necessário a criação de cemitérios a céu aberto, extramuros. Antes do Cemitério da Consolação, já existia o Cemitério dos Aflitos que posteriormente teve seus corpos exumados, transferidos para o Cemitério da Consolação. O Cemitério da Consolação foi instalado em 1858. Sendo um cemitério geral, abrigou no início cadáveres de todos os segmentos sociais. Ocorreram várias dificuldades para a construção deste cemitério, desde a escolha do local até a resistência da comunidade católica em aceitar enterros fora da igreja. Foi instalado no alto da Consolação considerado na época como o local mais afastado da cidade e pouco povoado. A cidade de São Paulo conta atualmente com 40 cemitérios, 22 públicos e 18 particulares.
O Cemitério da Consolação está situado em local anteriormente cercado de chácaras, no alto da Consolação. O local se transformou numa das áreas mais valorizadas da cidade – o Bairro de Higienópolis. O cemitério conta com aproximadamente 77 mil m², são 8.200 túmulos de tamanhos diversos. Pela Avenida Consolação fica a sua entrada principal, um portão neoclássico construído pela empresa Ramos de Azevedo em 1902.
Inicialmente o Cemitério da Consolação era para receber mortos advindos de todos os segmentos sociais. Aos poucos se tornou um cemitério representativo da elite paulistana. Hoje abriga em sua maioria jazigos suntuosos dos industriais e de famílias de paulistas quatrocentos. Atualmente os visitantes e turistas vão visitar o local em busca dos jazigos de valor histórico e artístico. Destacamos os túmulos de: Ademar Pereira Barros (Governador de São Paulo – 1847 – 51); Antonio da Silva Prado (Prefeito de São Paulo – 1899 – 1911); Armando de Salles Oliveira (Governador de SP – 1931 – 1935); Conde Francisco Matarazzo (Industrial); Francisco de Paula Ramos de Azevedo (Engenheiro e arquiteto); Francisco Schimidt (Cafeicultor); Geremia Lunardelli (Cafeicultor); Guiomar Novaes (Pianista); José de Freitas Valle (Mecenas e político); Luiz Pereira Barreto (Cientista); Mário de Andrade (Escritor); Marquesa de Santos (Benemérita); Manoel Ferraz de Campos Salles (Presidente da República – 1898 – 1902); Oswald de Andrade (Escritor); Tarsila do Amaral (Pintora); Washington Luis Pereira de Souza (Presidente da República – 1926 – 1930).
O Cemitério da Consolação é um dos “Museus a céu aberto” mais importantes do Brasil. Isso se deve a quantidade de obras funerárias construídas por marmoristas e escultores europeus e brasileiros. Ali contem obras de Luigi Brizzolara; Victor Brecheret; Francisco Leopoldo e Silva; Ricardo Pavone; Amadeo Zani; Nicola Rollo; Antelo Del Débbio; Galileo Emendábili. Cada um, a sua maneira configuraram o local com monumentos ecléticos, art nouveau, art déco, e modernos, afinados com o que se fazia na Europa no início do século XX. Ali estão enterrados pessoas que contribuíram na construção da história paulistana e brasileira. Local de Memória, pesquisado por historiadores sociais, geógrafos e historiadores da Arte. Daí o motivo de ser um ponto turístico importante da cidade de São Paulo.
O Cemitério é uma instituirção cultural da sociedade ocidental. A preservação do seu patrimônio é uma das formas de legitimá-lo, assim como as atividades artísticas e culturais realizadas in loco.
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